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Presidente do Sindicato diz que número de funcionários dispensados em São Caetano deve chegar a 300; mais de 200 participaram da assembleia realizada neste domingo
- Em assembleia, trabalhadores da GM decretam greve após demissões.
Foto: Gislayne Jacinto
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 22/10/2023
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Presidente do Sindicato diz que número de funcionários dispensados em São Caetano deve chegar a 300; mais de 200 participaram da assembleia realizada neste domingo
Em assembleia realizada na manhã deste domingo (22/10), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, os trabalhadores da General Motors (GM) decidiram entrar em greve a partir desta segunda-feira (22/10). A empresa comunicou a demissão neste sábado (21/10) por meio de telegramas.
Três fábricas paulistas foram atingidas com os cortes: São Caetano no Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. O número de funcionários demitidos não foi informado pela empresa, mas o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Cidão do Sindicato, disse que deve atingir 300 na fábrica dessa cidade. Mais de 200 participaram da assembleia neste domingo.
O dirigente sindical avaliou que a montadora faltou com respeito ao demitir o trabalhador no fim de semana e também por meio de telegrama.
“Lamentavelmente ontem, às 9 horas da manhã, eu fui surpreendido por um telefonema da diretora de relações sindicais da GM informando a atitude que ela estava tomando. Ela nem falou nada, ela simplesmente informou que já estava acontecendo essas demissões via telegrama . Isso foi um ato unilateral com total desrespeito, uma questão completamente antissocial, não respeitou a entidade sindical, não respeitou os trabalhadores e principalmente os seus familiares. A empresa faltou com respeito em tudo”, disse.
Telegramas serão queimados em fogueira
Uma assembleia foi convocada para esta segunda-feira, às 5h, na porta da GM de São Caetano. “Vamos queimar todos os telegramas” Como que você está em casa e seus familiares , seus filhos e recebe um comunicado de dispensa por telegrama?”, indagou o presidente do sindicato.
Alegações da empresa
Segundo a montadora, o motivo para as demissões foi “a queda nas vendas e nas exportações” que teriam levado a empresa a “adequar seu quadro de empregados”.
Em comunicado, a GM disse que a medida foi tomada após várias tentativas de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), férias coletivas, days off (dias de folga) e proposta de desligamento voluntário.
“Entendemos o impacto que essa decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, disse a GM.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos também informou que os funcionários ficaram sabendo da demissão por um telegrama enviado pela empresa. “Trabalhadores da General Motors de São José dos Campos foram surpreendidos, neste sábado (21), com comunicados de demissão. Sem prévia negociação com o sindicato e de maneira covarde, a montadora enviou telegramas a diversos metalúrgicos, incluindo operários em lay-off. Assim como os companheiros, o sindicato foi pego de surpresa. A GM não informou o número de demitidos”, disse nota do sindicato.
O sindicato de São José dos Campos informou que vai exigir o cancelamento das demissões e a reintegração dos trabalhadores e que convocou uma assembleia para este domingo para discutir a questão.
O sindicato ressaltou que, ao contrário do que a empresa informa, ela “não passa por uma crise econômica”. “No primeiro trimestre de 2023, por exemplo, a companhia divulgou que teve lucro líquido global de US$ 2,4 bilhões. No Brasil, a empresa teve crescimento de 42% em suas vendas nos três primeiros meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2022”, disse o sindicato, que pretende também cobrar medidas do governo federal para solucionar o problema.