Tite Campanella faz balanço de mandato e comenta eleições e apoios em 2022
Presidente da Câmara reafirma desejo de disputar a Prefeitura de São Caetano em 2024, mas ressalta necessidade de construir um caminho junto ao grupo político
- Tite Campanella faz balanço de mandato e comenta eleições e apoios em 2022.
Foto: Divulgação/Câmara
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 29/07/2022
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Presidente da Câmara reafirma desejo de disputar a Prefeitura de São Caetano em 2024, mas ressalta necessidade de construir um caminho junto ao grupo político
O presidente da Câmara de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania), disse nesta sexta-feira (29/07) durante entrevista exclusiva ao ABCD Jornal que tem o desejo de disputar a Prefeitura em 2024, mas ressaltou a necessidade de construir um caminho junto ao grupo político. Além disso, o vereador fez um balanço de seu mandato à frente do Legislativo e também comentou sobre eleições e apoios em 2022. Tite já definiu que seu candidato a deputado estadual será Tiago Auricchio (PL), mas com relação ao deputado federal, apesar de preferir Alex Manente, ainda conversar com o prefeito José Auricchio Junior sobre o assunto.
ABCD Jornal – O senhor pode fazer um balanço sobre seu mandato como vereador e presidente da Câmara?
Tite Campanella – Como vereador só esses seis meses, Quando você é presidente, você deixa um pouco o teu mandato de vereador de lado porque você tem toda uma parte administrativa que te consome bastante. Primeira coisa que a gente fez aqui quando eu entrei foi a montagem de uma equipe que basicamente que eu herdei e que veio comigo da prefeitura daquele ano que eu fiquei como prefeito. E a montagem da equipe, a partir daí, a gente começou a desenhar algumas coisas que a gente conseguiu já realizar, entre elas o convênio para uso de papel zero, o convênio da BEC (Bolsa Eletrônica de Compras) que vai trazer bastante economia pra gente aqui nas nossas compras, nas nossas aquisições aqui da Câmara. Uma mudança que nós vamos fazer aqui por requisição da própria Secretaria de Segurança do município, a gente vai devolver 19 guardas municipais que fazem a segurança da Câmara. Então, a gente vai devolver esses homens pra rua, pro patrulhamento das escolas, das praças, das ruas e a gente vai colocar então uma empresa de vigilantes aqui no prédio da câmara em substituição a eles.
ABCD Jornal – Tem um prazo para isso?
Tite Campanella – Acho que agora no comecinho do mês de agosto, acho que já vai tá tudo solucionado. Tinha o recurso de uma empresa que perdeu, recurso de outra e pareceres da procuradoria. Daí já começa a trabalhar e esses homens então voltam para as ruas. A gente fez também uma série de mudanças no Regimento Interno, e na Lei Orgânica do Município que eram alguns instrumentos que estavam muito antigos, defasados, que foram escritos em 1989. Então, já faz muito tempo. Então, a gente tá ajustando alguma coisa, uma série de fatores aí e a gente volta agora já nesse segundo semestre com as votações de maneira mais transparente, e se dando mais publicidade aos resultados com um painel. Eu não gosto de falar painel de votação, porque eu não gosto de painel de votação, mas nós vamos ter o monitor no plenário dando mais informação pra quem tá acompanhando e vendo qual é a posição de cada vereador, agilizando o processo de votação também pra tirar aquelas dúvidas que aconteciam. Por exemplo: as perguntas como: Quem levantou a mão? Quantos foram favoráveis? Quantos contrários. Então, a gente acaba com tudo isso daí a partir do momento que a gente vai ter essa votação eletrônica de maneira muito melhor. Basicamente isso.
ABCD Jornal – O senhor já foi prefeito da cidade por um ano e agora é presidente da Câmara. Desses dois cargos e o que mais te deu satisfação?
Tite Campanella – Ah, muda muito, né. Eu gosto de ser vereador, eu gosto de ocupar a tribuna, eu gosto de fazer discurso, eu gosto de falar, de elogiar, de criticar, de ser orador, de ser um tribuno mesmo, né. Como presidente da Câmara isso é muito bom que você consegue aliar isso daí com a parte administrativa, mas como prefeito você tem um uma capacidade maior de tocar a vida das pessoas. Tanto pro tanto pro bem quanto pro mal. Então, cidade é um organismo vivo, né? Então, você tem que cuidar bem desse organismo vivo, você tem de estar muito antenado, muito próximo dela, conversando com a população, conversando com o comércio, conversando com a indústria, com os trabalhadores, conversando com todo mundo, pois a partir do momento que você conversa as pessoas são muito compreensivas. As pessoas foram muito compreensivas comigo no ano passado. Você vai lembrar que eu tive prefeito, eu tinha sido candidato a vereador, tive 1.700 votos e, de repente, virei prefeito. Então, maioria da população não sabia quem eu era. Então eu tive que ir pra rua. Conversar com todo mundo, me apresentar e a cidade foi muito boa comigo. A população foi muito boa e entendeu o momento que a gente passava, tinham o entendimento de que o prefeito Auricchio iria assumir. Depois foi feita justiça e ele voltou para a prefeitura. Mas a cidade foi muito compreensiva, me acolheu muito bem. E eu pude, então, também em retribuição, trabalhar o que eu pude trabalhar pela cidade. Pra mim foi uma honra enorme. Quem sabe no futuro eu posso fazer isso novamente.
ABCD Jornal – Mas pretende sair candidato a prefeito na próxima eleição?
Tite Campanella – Candidatura a prefeito é uma construção política que você tem que fazer. Não é uma vontade pessoal. É uma construção que você tem que fazer com um grupo político, com as pessoas com quem você trabalha. Então, eu tenho vontade, vamos ver se a gente consegue viabilizar isso.
ABCD Jornal – E o que que tem feito pra construir esse caminho?
Tite Campanella – Primeiro, acho que eu tenho tido uma comunicação muito grande com a cidade. Eu tenho tido um discurso muito claro e transparente tanto para os moradores quanto com a classe política. Tenho conversado muito com os vereadores e a gente acaba tendo até um papel de aconselhamento porque eu sou um dos mais velhos vereadores. Estou com 60 anos. Então, a gente acaba até dando alguns aconselhamentos, conversando muito, trocando muita ideia, eu passando um pouco pra eles porque eles vão cuidar da cidade daqui pra frente. Eu estou com 60, o Aurichio faz 60 agora em setembro e logo a gente vai pendurar a chuteira. E eles têm de vir, eles têm de ser preparados. Então, acho que basicamente essa transferência de experiência que a gente tenta fazer pra eles pra que aqueles que querem também. Muita gente não quer.
ABCD Jornal – Pretende disputar a reeleição da presidência da Câmara no fim deste ano?
Tite Campanella – Mais uma vez repito o que disse. Também é uma construção política, eu não fiz campanha para presidente da Câmara. A gente acabou chegando no nome de consenso, nas conversas que nós tivemos no final do de 2020 até por causa deste impedimento, dessa injustiça que fizeram com o prefeito Aurichio. A gente acabou construindo isso daí. Eu acho que a experiência de administrar a Câmara é uma experiência pela qual todo mundo tem de passar. Acho que todo mundo tem de fazer um exercício aí até pra aprender mais, conhecer mais. E até como vereador você saber também qual que é o tamanho da máquina do Legislativo, o tamanho desse prédio aqui, como é que ele funciona e tudo mais. Mas a experiência acaba sendo uma variável muito importante no processo político todo, né? Então, se os vereadores acharem adequado, eu não vejo problema nenhum, desde que não interfira nos próximos projetos que a gente tenha também. Isso é uma questão que você tem de analisar. Se a presidência da Câmara ela é compatível com aquilo que você quer fazer a partir daí. Mas aí a gente vai conversar bastante. Ainda temos esses seis meses aí. A nossa eleição da Mesa Diretora aqui é dia 15 de dezembro. Nós temos esses seis meses aqui para conversar com os vereadores.
ABCD Jornal – E nas eleições deste ano? Quem vai apoiar para deputado?
Tite Campanella – A gente tem aqui em São Caetano um deputado que é o Tiago Auricchio que é uma pessoa que eu quero muito bem, gosto muito dele. Nós temos aqui, que eu já trabalho há muitas eleições que é o Alex Manente para deputado federal, que é um amigo que me ajudou muito tanto ele quanto o Thiago me apoiaram, me ajudaram muito durante o ano passado. Quando eu assumi, a gente tinha encerrado o hospital de campanha, tivemos que retomar o hospital de campanha com falta de insumos, falta de oxigênio durante a pandemia. Em alguns momentos, a gente não recebia a vacina de número suficiente, tanto o Tiago quanto o Alex ajudaram a cidade nesse período. Mas acima de tudo nós temos um líder político chamado José Auricchio Júnior. E eu estive de férias agora e cheguei ontem das minhas férias, um período de descanso aí que eu tirei com a família, com a esposa e com os filhos. E conversei com o prefeito ontem numa visita que nós fizemos ao completo Eda Montanelli, eu não cheguei nem pra missa de aniversário da cidade. Eu só cheguei na hora do almoço. E bati um papo com o prefeito rapidamente falando de amenidades, e eu vou conversar com o Auricchio nos próximos dias pra gente definir. Ele que ele que é o nosso líder político, ele que vai decidir.
ABCD Jornal – O senhor falou agora que o deputado Alex te ajudou e também lhe deu espaço dentro do Cidadania. Se não apoiá-lo, isso pode gerar uma crise e até questionamentos de lealdade?
Tite Campanella – Ele me deu espaço no diretório estadual, no diretório nacional, sou presidente do partido de São Caetano, mas como eu disse pra você, a gente tem um grupo. Nas últimas eleições 2018, a cidade toda trabalhou para o Alex Manente e para o Thiago Auricchio. Eu não sei como é que a gente vai fazer esse ano. Mas a gente vai conversar bastante aí. Esses são os dois candidatos que tem a minha predileção. Se eu for ouvir e tiver oportunidade de falar, esses são os dois candidatos que eu gostaria de continuar trabalhando. Eu acho que a gente vai conseguir construir alguma coisa legal aí.
ABCD Jornal – Quem vai apoiar?
Tite Campanella – Eu sou muito pequenininho. Sou muito pequenininho no processo. Eu gosto muito do Rodrigo Garcia, eu conheço o Rodrigo há muitos anos. Eu trouxe o Rodrigo para São Caetano, já veio aqui duas vezes. Paguei o almoço pra ele. Gosto muito do Rodrigo, mas eu vejo eu vejo que o Rodrigo vai ter uma série de dificuldades nessa eleição porque a eleição no Estado também estará polarizada como está a eleição na nacional, pra presidente. Mas eu torço muito por ele, e eu desejo que a gente tem dois bons candidatos, tanto ele quanto Tarcísio de Freitas são dois bons candidatos aí que os conservadores têm pra votar. Torço pelo Rodrigo e no Estado vai ser por esse caminho. Na federal, na nacional eu vou apoiar Bolsonaro e não me arrependo nenhum pouquinho de ter votado nele em 2018, sei das dificuldades que o Governo Federal. Foram dois anos de pandemia, alijado dos poderes de presidente pelo Supremo Tribunal Federal que não deixou ele agir durante a pandemia. Mesmo assim, ele ajudou demais. Pra você ter uma ideia, em 2000 quando começou a pandemia, só São Caetano recebeu R$ 72 milhões do governo federal, para o combate a pandemia. Então, é um governo que teve essa preocupação com os municípios de transferir para os municípios o maior número de recursos possíveis pra que a gente pudesse fazer então as ações de saúde necessárias ao combate da pandemia. Além disso, quem tem pautas ideológicas, valores e princípios, eu não compactuo com a esquerda, com a ideologia de gênero, aborto, liberação das drogas e, obviamente, não tenho nem como votar na esquerda de acordo com essas premissas que eu coloquei. .
ABCD Jornal – Como avalia a conjuntura política de São Caetano?
Tite Campanella – Eu acho que é um grupo político tranquilo, nós temos agora o retorno do prefeito Auricchio, que retomou o mandato dele desde o finalzinho do ano passado. Uma a questão está decidida. A eleição de deputado que ocorre aí no meio das eleições, no meio do mandato do prefeito e que deveria ser um medidor temperatura dos candidatos, né? Dos possíveis candidatos a prefeito no próximo pleito, ela não vai funcionar pra isso. Os candidatos que se almejam candidatos, não são candidatos agora, então parece que o processo político está calmo, está lento, não está pegando fogo não. A classe política de São Caetano é uma classe política bem amadurecida, um entendimento entre o Legislativo e o Executivo, ele acontece de uma forma muito natural, classe política não quer de maneira nenhuma atrapalhar aqueles que trabalham, aqueles que pagam impostos, aqueles que dão arrecadação para que a cidade possa então retribuir com a qualidade de serviços públicos muito bons. Então, este ano aqui eu vejo de uma maneira muito calma, muito tranquila. Ano que vem pode ser que começa alguma movimentação, alguém mais ansioso. O que movia a gente antigamente nas eleições de deputado, a eleições eram divisoras de águas candidato a deputado para depois se pleitear a prefeitura. Isso não está acontecendo agora. Não sei como é que vai ser. E não só em São Caetano, nas outras cidades também está acontecendo isso.