MP pede prisão preventiva do youtuber de S.Caetano por abuso a crianças

Segundo o Ministério Público, entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o influenciador digital cometeu abusos  contra duas vítimas de 10 e 11 anos

Influenciador  Raulino de Oliveira Maciel, conhecido como Raulzito, teve prisão temporária de 30 dias decretada em 27 de julho e foi demitido do SBT. Foto: Instagram

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou nesta segunda-feira (23/08) e pediu a prisão preventiva do gamer Raulino de Oliveira Maciel, mais conhecido como Raulzito, morador de São Caetano. O youtuber é acusado pela 1ª Promotoria de Investigação Penal Especializada Núcleos Niterói e São Gonçalo de abusar de crianças. O artigo 217-A do Código Penal prevê prisão de 8 a 15 anos de reclusão para quem praticar ato libidinoso com menor de 14 anos.

Segundo o Ministério Público, entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o youtuber cometeu abusos  contra duas vítimas de 10 e 11 anos, por pelo menos quatro vezes, na casa de uma delas, em Niterói. Outros sete casos suspeitos foram denunciados em São Paulo (a investigação envolve fatos corridos em São Caetano), Paraíba e Santa Catarina.

O influenciador, que era contratado do SBT, e foi demitido após o escândalo, tinha mais de 200 mil seguidores em apenas uma de suas redes sociais. A maioria de seus seguidores eram crianças e adolescentes, tendo em vista que os jogos eram direcionados para pessoas do grupo  infanto-juvenil. Raulzito foi preso por agentes da DCAV em Santa Catarina em 27 de julho.

De acordo com a Promotoria, o gamer entrava em contato com as vítimas por meio de aplicativos. “O denunciado, aproveitando-se do seu papel de celebridade, escolhia crianças com idade entre 10 a 11 anos, direta ou indiretamente ligadas ao meio artístico, e invariavelmente de cor branca, cabelos lisos e longos. A aproximação se dava, normalmente, por meio do aplicativo Instagram, fonte de informações sobre as crianças e familiares”.

Na denúncia, é informado que Raulzito usava aplicativos de rede social para comentar as fotos postadas no perfil da criança. Ele dizia que queria conhecer os locais onde foram feitas as fotografias. Um dos fatos que gerou o pedido de prisão preventiva foi em Niterói.

“A mãe da vítima, sem motivo para desconfiar da idoneidade do famoso youtuber, e por vê-lo invariavelmente acompanhado de crianças nas redes sociais, concordou em aproximar seu filho do denunciado, ajustando com o mesmo hospedá-lo em sua residência e mostrar ao influenciador o trabalho da vítima, abrindo-lhe as portas junto ao meio artístico”, diz a denúncia do Ministério Público.

Segundo o MP, Raulzito foi até Niterói no dia 5 de fevereiro. “No quarto da criança, sem os olhares das mães, que achavam que o influenciador realizava brincadeiras lúdicas com as duas crianças, Raulzito cometeu os infames crimes, que consistiam em brincadeiras de cunho sexual, com a prática de abusos”, relatou o Ministério Público.

Prisão

Raulzito foi detido em 27 de julho por policiais da Delegacia de Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro que cumpriram mandado de prisão temporária expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio. O prazo da prisão temporária é de 30 dias, portanto vence nesta sexta-feira (27/08).

A ordem de prisão na ocasião foi expedida pelo delegado Adriano França, que mandou sua equipe até a residência de Rauzito, em São Caetano do Sul, mas os agentes, ao chegarem à casa, descobriram que ele tinha viajado para Florianópolis (SC).

As investigações apontam ainda que o influenciador forçava contato com as crianças pelas redes sociais e prometia acesso a trabalhos, argumentando ser contratado de uma grande emissora de televisão.

O SBT divulgou nota na época sobre a prisão do influenciador e também sobre a demissão feita pela emissora. “O SBT informa que o youtuber Raulino de Oliveira Maciel, o RaulZito, não integra mais o quadro de streamers do SBT Games, do qual fez parte desde o ano passado”, disse a emissora em nota.

“Ele era produtor de conteúdo não exclusivo da plataforma, não tendo nesta condição direito algum em usar o nome da emissora em negociações fora das propriedades de SBT Games. O SBT aguarda a elucidação dos fatos e resultado da investigação”, disse a emissora em nota na ocasião da prisão.