Movimentos protestam contra leilão de imóveis ocupados por famílias em Mauá
Banco colocou à venda prédio onde estão abrigadas mais de 40 famílias e a Casa de Referência para Mulheres Helenira Preta
- Movimentos protestam conta leilão de imóveis ocupados por famílias em Mauá.
Foto: Divulgação/Jorge Ferreira
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 23/04/2021
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Banco colocou à venda prédio onde estão abrigadas mais de 40 famílias e a Casa de Referência para Mulheres Helenira Preta
Famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) e o Movimento de Mulheres Olga Benario realizaram nesta quinta-feira (22/04) um ato contra o leilão que ameaça a remoção de duas ocupações localizadas no mesmo terreno: a Ocupação Manoel Aleixo, que constrói hoje moradia para mais de 40 famílias e a Casa de Referência para Mulheres Helenira Preta, que há mais de quatro anos atende centenas de mulheres vítimas de violência, ambas em Mauá.
“Além da organização popular e do exemplo de luta por moradia e pela vida das mulheres, as ocupações cumprem ainda um papel fundamental na cidade de Mauá com a construção das brigadas de solidariedade, que desde o inicio da pandemia, tem ido aos bairros e favelas prestar solidariedade com a entrega de cestas básicas arrecadadas pelos movimentos, apoio no cadastro das famílias para o recebimento do auxílio emergencial e dialogando com o povo que mais tem sofrido com o desemprego, a fome e os despejos promovidos por esse estado mesmo diante da maior crise sanitária do nosso pais, afirmou nota do movimento.
O ato teve concentração em frente às ocupações e caminhou com dezenas de pessoas entre famílias organizadas, apoiadores e militantes de diversos movimentos sociais e partidos políticos até o paço municipal, onde uma comissão foi recebida por vereadores da cidade, que firmaram o compromisso de iniciarem o processo para abertura de uma audiência pública sobre o tema já na próxima terça-feira (27/04).
“Os movimentos também reivindicaram a instauração de uma CPI sobre o leilão, para investigar o desperdício de quase R$ 4 milhões que a prefeitura gastou num processo de desapropriação que não se efetivou e não trouxe nenhum benefício para a população de Mauá. Em resposta ao pedido de abertura de uma CPI, os vereadores presentes apresentaram a necessidade do apoio de mais da metade dos vereadores da casa e, portanto, essa será uma das propostas apresentadas pelos movimentos durante a audiência”, informou o movimento.
Durante a conversa com a Comissão, os vereadores se comprometeram ainda em abrir o diálogo com o Prefeito Marcelo Oliveira (PT) para os movimentos possam apresentar suas principais propostas e exigirem a continuidade do funcionamento da Casa Helenira Preta e a moradia para as mais 40 famílias da Ocupação Manoel Aleixo.