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Mauá é a 4ª cidade em ocorrências de pipas na rede elétrica; artista quer pipódromos

Enel divulga dados e alerta para perigos da atividade sem cuidados; siga dicas para uma prática tranquila e saiba o que fazer em caso de acidentes

  • Artista Gaden diz que a solução para evitar incidentes está na criação dos chamados pipódromos, locais designados especialmente para a prática da atividade com pipas.
    Foto: Divulgação
  • Por: Juliana Finardi
  • Publicado em: 23/02/2023
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Enel divulga dados e alerta para perigos da atividade sem cuidados; siga dicas para uma prática tranquila e saiba o que fazer em caso de acidentes

Artista Gaden, criador de pipas

Artista Gaden diz que a solução para evitar incidentes está na criação dos chamados pipódromos, locais designados especialmente para a prática da atividade com pipas. Foto: Divulgação

Brincadeira de crianças e adultos, a prática de soltar pipas pode deixar de ser uma diversão quando os resultados são acidentes graves e até fatais. No Grande ABC, com 60 ocorrências registradas de janeiro a dezembro de 2022, Mauá é a quarta de seis cidades com mais acidentes, perdendo apenas para a campeã São Paulo e as seguintes Osasco e Carapicuíba.

O balanço dos registros envolvendo pipas e rede elétrica foi divulgado pela Enel Distribuição São Paulo, concessionária de energia elétrica que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, para alertar sobre os perigos de uma atividade desatenta às normas de segurança.

Devido às ocorrências na cidade da região, um total de 58.576 pessoas foram impactadas, ou seja, sofreram com a interrupção do fornecimento de energia por conta das pipas. Além do risco de rompimento dos cabos, as linhas que ficam enroscadas nas redes elétricas provocam desgastes nos fios, podendo levar a curtos-circuitos e derretimento. Isso sem contar os acidentes com motoqueiros e ciclistas.

“É importante reforçar os riscos de se empinar pipa próximo da rede e a necessidade de os pais orientarem as crianças e adolescentes sobre os cuidados necessários. Além disso, o contato de objetos com a rede de energia pode provocar o desligamento das linhas de transmissão e distribuição”, explica Marcelo Bezerra, responsável pela área de Segurança do Trabalho da Enel.

De acordo com Rogério Gaden, que é artista criador de pipas, a prática é uma terapia mal vista pela sociedade por causa das chamadas linhas preparadas, que são aquelas com abrasivos com o poder de cortar o fio. Em contato com a rede elétrica, essas linhas são as que mais causam acidentes.

Para Gaden, a solução está na criação dos chamados pipódromos, locais designados especialmente para a prática da atividade. “A pipa é uma terapia maravilhosa e deveria se tornar um esporte olímpico. Só assim seriam criados os pipódromos longe de rodovias e redes elétricas para que as pessoas e divertissem com tranquilidade.”

Rogério Gaden, que é artista criador de pipas

De acordo com Rogério Gaden, que é artista criador de pipas, a prática é uma terapia

Números

Durante todo o ano de 2022, a Enel apurou 2.082 casos de falha na rede em função do contato com pipas, um aumento de 9,98% em relação ao mesmo período de 2021. A quantidade de pessoas impactadas foi de 802.533 contra 633.894 em 2021 (alta de 26,60% de um período a outro).

Dicas para uma brincadeira com segurança

– Caso a pipa se enrosque na rede, postes ou antenas, oriente os praticantes a não arremessar objetos nos fios e não tentar resgatá-los. Somente técnicos da distribuidora, treinados para este trabalho, que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede;

– Soltar pipas perto da rede elétrica é extremamente perigoso, sob risco da linha ou da pipa enroscar nos fios, ocasionando descarga elétrica. O mais indicado é empinar pipas em espaços abertos e afastados de fiações, como parques e campos de futebol;

– Materiais metálicos, como o alumínio, não devem ser usados na fabricação da pipa, pois conduzem eletricidade, aumentando a chance de choque elétrico, com risco de morte;

– Evite a utilização de “rabiolas com material laminado “, pois elas agarram nos fios elétricos, desligando o sistema e provocando choques, muitas vezes fatais;

– O uso de cerol (pó de vidro com cola) oferece mais um risco: ele corta os fios de alumínio ou de cobre, o que pode levar a choques por rompimentos de cabos;

– O uso da chamada linha chilena, que possui poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicionalmente usado nas pipas, tem agravado a situação. O risco de acidentes fatais é alto para pedestres e motociclistas e os danos à rede elétrica também são maiores;

– É aconselhável ter sempre um adulto responsável acompanhando as crianças no momento da brincadeira.

Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica:

– O local deve ser isolado para que não haja a aproximação de outras pessoas;

– Não se deve retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desligada;

– Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Enel Distribuição São Paulo, pelo 0800 7272 196

Veja o vídeo de artista sobre pipas e o cuidado com elas: