Mauá amplia suspensão das aulas para a rede estadual em 2020
Cidade já tinha adiado retorno das atividades presenciais nas escolas municipais ao próximo ano letivo
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- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 03/09/2020
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Cidade já tinha adiado retorno das atividades presenciais nas escolas municipais ao próximo ano letivo
Depois de suspender as atividades presenciais na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Mauá oficializou nesta quinta-feira (3) que também não retornará as aulas nas escolas estaduais em 2020, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A cidade é a primeira na Grande São Paulo a comunicar o retorno dos trabalhos pedagógicos somente a partir do próximo ano letivo, enquanto utiliza plataformas digitais e apostilas em casa aos estudantes.
Segundo o prefeito Atila Jacomussi, a decisão foi tomada após consultas a profissionais da Saúde e da Educação, além de pais e alunos. “Não conseguiremos retomar o tempo perdido apenas nos meses de outubro e novembro, e poderemos expor nossos jovens e consequentemente suas famílias, pais, mães e avós ao coronavírus. A pandemia ainda está aí e não podemos ignorar essa realidade”, explicou.
Em estudo elaborado pelo Hospital Infantil de Washington (Estados Unidos), crianças infectadas podem transmitir a Covid-19 durante semanas, mesmo que não apresentem sintomas da doença. A pesquisa corrobora com a publicação do “Journal of Pediatrics”, revista científica de pediatria, após análise do Hospital Geral de Massachusetts, na qual as crianças têm maior carga viral do Sars-CoV-2 do que adultos hospitalizados.
De acordo com o prefeito, Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e docentes se manifestaram favoráveis à medida. “Não adianta empurrarmos, mês após mês essa decisão, se já temos a leitura de que a pandemia estará entre nós, enquanto não tivermos a vacina. As famílias precisam se programar e temos que tomar as decisões difíceis. Nós escolhemos a vida”, disse.
Atila ponderou que os conselhos nacional e municipal de Educação também endossaram a suspensão das atividades presenciais. O chefe do Executivo citou que no Amazonas, um dos primeiros epicentros do surto do coronavírus no Brasil, em um mês de retorno às aulas, aproximadamente 8% dos profissionais pedagógicos contraíram a Covid-19, além de “um número incontável de alunos”.
Transporte
Outro tema da entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira foi o transporte público, visto que a Prefeitura de Mauá e a Suzantur, empresa responsável pelos itinerários municipais de ônibus, travaram uma queda de braço para o retorno de 100% da frota operacional às ruas. Em decisão do juiz Rodrigo Soares, da 5ª Vara Cível, a concessionária tem até a meia-noite, de sexta-feira para sábado (5) para repor os coletivos nas linhas previstos em contrato.
“No começo da pandemia, fui voto vencido (entre os prefeitos que compõem o Consórcio Intermunicipal Grande ABC) na redução das linhas de ônibus. A conta é simples: menos ônibus e horários, maior a lotação. Mas concordei, pois havia o fechamento do comércio, das atividades industriais e a quarentena. Mas agora, retornamos nossas atividades e notificamos a empresa para retomar 100% das linhas”, destacou Atila.
Após receber o ofício do Paço, a Suzantur recorreu na Justiça pela sua suspensão, alegando impacto financeiro. No entanto, o magistrado lembrou que as orientações mundiais no combate ao coronavírus recomendam o distanciamento entre pessoas em ambientes fechados e, com o retorno gradual das atividades econômicas, os coletivos receberiam mais usuários, o que pode aumentar o risco de transmissão da Covid-19.