Luiz Marinho não vai à CPI da OAS e Comissão aprova condução coercitiva
Pela segunda vez consecutiva, ex-prefeito não compareceu à Câmara de São Bernardo para prestar depoimento em CPI que investiga suposto pagamento de propina em sua gestão
- CPI da OAS aprova pedido para condução coercitiva de Luiz Marinho.
- Por: Redação
- Publicado em: 19/08/2021
- Compartilhar:
- [addtoany]
Pela segunda vez consecutiva, ex-prefeito não compareceu à Câmara de São Bernardo para prestar depoimento em CPI que investiga suposto pagamento de propina em sua gestão
Ex-prefeito de São Bernardo e atual presidente do diretório estadual do PT, Luiz Marinho, mais uma vez não apareceu para depor na CPI da OAS, que investiga supostos pagamentos de propina em obras executadas pela construtora na cidade durante sua gestão, no período de 2009 a 2016. Após pedir adiamento da oitiva agendada para o último dia 13, Marinho novamente descumpriu acordo firmado com integrantes da comissão e não compareceu a depoimento marcado para esta quinta-feira (19/08), em data sugerida por ele mesmo.
Diante do não comparecimento de Marinho à CPI, integrantes da comissão parlamentar aprovaram nesta tarde requerimento solicitando a condução coercitiva do petista para que o mesmo preste na próxima segunda-feira (23/08) esclarecimentos sobre sua relação com a empreiteira. Caberá agora ao Poder Judiciário analisar o pedido.
Convocado como testemunha na CPI da OAS, Marinho é um dos pivôs da investigação conduzida pela Câmara de São Bernardo. Isso porque, segundo depoimentos prestados até agora, durante sua gestão à frente da Prefeitura, agentes públicos teriam recebido propina da empresa. Os valores teriam superado a marca de R$ 20 milhões.
Em maio, durante depoimento prestado à CPI, o ex-presidente da OAS, empresa investigada pela Operação Lava Jato, Léo Pinheiro, declarou ter conhecimento dos pagamentos indevidos, em forma de propina. Na oportunidade, Léo Pinheiro confirmou ainda suposta irregularidade no processo de licitação da obra do Piscinão Paço.
Ex-superintendente da OAS, José Ricardo Nogueira Breghirolli, que também prestou depoimento à CPI, confirmou suposto pagamento de propina aos vereadores. Segundo o delator, os pagamentos eram feitos em dinheiro e, de acordo com o ex-funcionário da OAS, em “envelopes com quantia de R$ 100 mil e semanalmente tinham disponibilização de recursos”.
Na avaliação do relator da CPI, o vereador Julinho Fuzari (DEM), o não comparecimento de Marinho a oitiva pela segunda vez é uma demonstração de que o mesmo não quer colaborar com a investigação. “Ele está protelando para poder acabar o prazo da CPI. Essa é a estratégia adotada por ele para poder fugir de vir aqui para responder muita coisa que tem que ser respondida”.
Marinho emitiu uma nota oficial, por meio de sua assessoria de imprensa, sobre sua ausência na CPI.
Leia a íntegra:
“O ex-prefeito Luiz Marinho esclarece que está à disposição da CPI para prestar os devidos esclarecimentos e que não compareceu à sessão marcada para esta quinta-feira (19/8) por não ter tido acesso, em tempo hábil, à cópia integral dos autos, conforme solicitação feita à Câmara pelos seus advogados, na data de 18 de agosto de 2021, às 13h22. O pedido se deu em razão de acusações públicas e, portanto, notórias, revestidas de falácias criminosas de depoentes na referida CPI contra a sua honra. Marinho, em nenhum momento, se recusou a falar na CPI, apenas espera que lhe seja o garantido o amplo direito de defesa, conforme previsto na Constituição”.