Laudo pode mudar versão de caso da morte de modelo em S.Bernardo
Delegado Paulo Bilynskyj disse que levou seis tiros da namorada Priscila Delgado, porém perícia mostra inconsistências no relato
- Delegado Paulo Bilynskyj disse que levou seis tiros da namorada Priscila Delgado.
Foto: Reprodução
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 31/05/2020
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Delegado Paulo Bilynskyj disse que levou seis tiros da namorada Priscila Delgado, porém perícia mostra inconsistências no relato
O laudo da perícia feito no apartamento do delegado Paulo Belynskyj, de 33 anos, concluiu que a bala que matou a modelo Priscila Delgado, de 27 anos, em 20 de maio, não partiu da arma que estava perto do seu corpo. Os peritos também teriam concluído que a versão sobre o suicídio da modelo, em São Bernardo, é pouco factível. Essa informação foi publicada neste sábado (30/05) pela Revista Época/Globo.
Um documento de 53 páginas, segundo a revista, será acrescentado ao inquérito sobre o caso do delegado que continua internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Ele está com pneumonia e precisará passar por uma cirurgia para retirar projéteis que ficaram alojados em seu corpo.
De acordo com a Revista, os investigadores trabalham também com a versão de que Priscila Delgado poderia ter sido atingida por um tiro de seu namorado, após de ter disparado seis vezes contra ele.
Nessa linha de investigação, a polícia não descarta a possibilidade de o casal discutido por conta de ciúmes e depois ter havido os disparos de arma de fogo de um para o outro.
A Revista Época ainda publicou mensagens trocadas entre o delegado e a ex-namorada Juliana Trovão, na véspera do crime, nas quais Bilynskyj diz ter pavor de Priscila Delgado.
Na conversa, na qual a Época teve acesso, o delegado afirma a Juliana Trovão que terminou o namoro com a modelo Priscila naquele instante e confessa estar com “muito medo” de a namorada fazer “algo errado”.
Belynskyj diz ainda que a modelo estava chorando muito. Neste momento, a ex-namorada diz que não conseguiria dormir ao lado de Priscila com tantas armas no apartamento. Bilynskyj responde ter solicitado para a namorada dormir em um hotel, mas ela se recusou.
Diante do fato, ainda de acordo com as mensagens trocadas, o delegado afirma que iria dormir no quarto de hóspedes, onde estão as armas da casa e Juliana pede para ele trancar a porta.
Na manhã do dia do crime, o delegado Bilynskyj começou nova conversa com a ex-namorada e diz que a Priscila poderia estar grávida. “O que eu faço?”, perguntou o delegado. “Sai de casa!”, respondeu a ex-namorada Juliana. Bilynskyj não chegou a ver essa mensagem porque foi alvejado pela modelo.
A família da modelo Priscila não acredita na versão do delegado e também se revoltou com o fato de seus pertences terem sido colocados em sete sacos de lixo pelos parentes do delegado. “Não é justo conosco, com a Priscila, com a memória dela. Ela era uma pessoa maravilhosa. A gente sabe que ela não faria isso. A maneira como a memória dela está sendo tratada, a forma como as coisas dela foram descartadas, como se ela não fosse nada… Isso a gente não aceita”, disse uma prima da jovem, que não quis ser identificada, por telefone ao Programa Balanço Geral, da Record TV.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública foi procurada pelo ABCD Jornal e emitiu uma nota sobre o assunto. “A Polícia Civil esclarece que os laudos sobre o caso ainda não foram concluídos. Eles estão sendo elaborados e, assim que finalizados, serão anexados ao inquérito policial. O caso é investigado como tentativa de homicídio e suicídio pelo 1º DP de São Bernardo do Campo e corre em sigilo judicial decretado na última quinta-feira (28/0). A Corregedoria Auxiliar do Demacro acompanha as apurações”.