Justiça ouve testemunhas no caso da família carbonizada em Sto.André
Oitivas começaram nesta terça-feira e juiz marcou para 16 de outubro nova audiência para ouvir os cinco acusados de assassinar um casal e o filho
- Justiça ouve testemunhas no caso da família carbonizada em Santo André. Foto Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 22/09/2020
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Oitivas começaram nesta terça-feira e juiz marcou para 16 de outubro nova audiência para ouvir os cinco acusados de assassinar um casal e o filho
A Justiça deu início na tarde desta terça-feira (22/09) às oitivas no caso do assassinato da Família Gonçalves, em Santo André. O crime chocou o País em 27 de janeiro, quando a própria filha e a namorada e outros três joven foram acusados de premeditar a morte do casal de empresários Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, e Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40 anos, e o filho adolescente deles, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos. Os três foram carbonizados dentro do porta-malas de um veículo da família.
O juiz Lucas Tambor Bueno, da Vara do Júri e das Execuções, foi quem presidiu a sessão por uma câmera e monitor de TV, direto do gabinete dele, no Fórum de Santo André. O fato se deu por conta da pandemia e para evitar aglomerações. Nesta primeira audiência foram ouvidas somente testemunhas.
Antes de decidir se os acusados pelo crime vão a júri popular, o juiz ouvirá réus, Ana Flávia Martins Gonçalves, filha das vítimas; Carina Ramos de Abreu, namorada de Ana Flávia. Juliano Oliveira Ramos Júnior, primo de Carina; Jonathan Fagundes Ramos, primo de Carina; e Guilherme Ramos da Silva, vizinho dos primos; além de mais testemunhas, o MP (Ministério Público) e a defesa dos acusados.
O advogado da filha do casal e da sua namorada, Sebastião Siqueira Santos Filho, disse ao ABCD Jornal que nesta primeira audiência que começou às 13h30 desta terça e terminou por volta das 17h, foram ouvidas apenas as testemunhas, mas nova audiência foi marcada para 16 de outubro para ouviu os réus.
O advogado disse ter ficado esperançoso com a primeira audiência. Segundo ele, uma das testemunhas colaborou com a versão de suas clientes de que não teriam participado da morte.
“No processo está provado pela reconstituição do crime, que é prova pericial que foram Jonathan e Guilherme que decidiram matar a família. Uma das testemunhas ouvidas nesta terça e que se chama Cleiton confirmou que foram eles que praticaram o crime. A Carina teve participação no roubo, mas a Ana Flávia nem isso. Se o júri for imparcial, a Ana Flávia será absolvida ”, avaliou o advogado.
Presos
Os cinco acusados de matar a família estão presos. Quatro dos acusados estão detidos na Penitenciária do Tremembé, no interior do Estado. E um deles está preso em São Paulo.
As namoradas Ana Flávia, 24 anos, e Carina, 26 anos, estão presas na Penitenciária Feminina I de Tremembé desde 30 de março.
Os primos de Carina, Juliano, 22, e Jonathan, 23, estão detidos na Penitenciária II de Tremembé desde 8 de abril.
Guilherme, 19, vizinho dos irmãos Juliano e Jonathan, está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, desde 4 de fevereiro.
Os cinco réus estão presos preventivamente acusados de assassinato, roubo, ocultação de cadáver e associação criminosa.
Segundo o Ministério Público, os crimes foram praticados entre os dias 27 e 28 de janeiro deste ano nas cidades de Santo André, onde as vítimas moravam e foram mortas, e em São Bernardo, onde os corpos foram encontrados.
Por conta disso, se o júri popular for confirmado, ele ocorrerá em Santo André, onde foram cometidas as mortes, e não mais em São Bernardo, onde os corpos foram localizados carbonizados e caso era investigado.
De acordo com o MP, o grupo articulou a invasão da residência das vítimas para simular um roubo com sequestro de reféns. O objetivo dos supostos assassinos era ficar com bens móveis e financeiros da família.
A promotoria informou que as namoradas Ana Flávia e Carina, que moravam em outro imóvel em Santo André, queriam R$ 85 mil do casal de empresários que estaria guardado em um cofre da residência da família.
Segundo apurou a polícia, para conseguirem a senha, os criminosos torturam as três vítimas que ainda foram amarradas e amordaçadas. Como não encontraram dinheiro, mataram a família, conforme concluiu o Ministério Público.
Os criminosos confessaram participação no assalto, mas apresentaram versões diferentes para os homicídios. As namoradas dizem que participaram do roubo, mas negam que mataram a família.