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Infectologista de São Caetano fala com internautas sobre coronavírus

Médico detalhou sintomas, cuidados específicos, ações para controlar a disseminação do coronavírus e respondeu diversas questões de internautas

  • Infectologista de São Caetano fala com internautas sobre coronavírus.
    Foto: Divulgação/PSCS
  • Por: Redação
  • Publicado em: 30/03/2020
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Médico detalhou sintomas, cuidados específicos, ações para controlar a disseminação do coronavírus e respondeu diversas questões de internautas

 

Infectologista de São Caetano fala com internautas sobre coronavírus. Foto: Divulgação/PSCS

 

A Prefeitura de São Caetano do Sul realizou nesta segunda-feira (30/03) uma live com o médico infectologista e docente do curso de Medicina da USCS, dr. Fabio Leal, que detalhou sintomas, cuidados específicos, ações para controlar a disseminação do coronavírus e respondeu diversas questões de internautas.

A principal dúvida dos espectadores são os resultados de confirmação dos casos. “Só há um laboratório público que faz a análise de amostras de todo o Brasil, o Instituto Adolfo Lutz. É uma questão burocrática e protocolar, e, com a sobrecarga de exames, tem demorado pelo menos 15 dias para termos esse retorno”, explicou.

Em São Caetano, pacientes com risco maior de complicações ou que acabam sendo internados são testados com bastante agilidade. “Para vocês terem uma ideia, em 24 horas, no máximo 48, temos resultado desse exame chamado PCR, que detecta se o vírus está presente no nariz ou garganta de pessoas que estão com sintomas, internadas e em estados mais graves. Já a confirmação de óbitos precisa aguardar a análise do Instituto Adolfo Lutz”, explicou.

Em média, o vírus fica presente nas vias aéreas em pessoas com quadros mais leves por até oito ou dez dias. Nos casos mais graves serão duas a três semanas, podendo variar. “Por isso, usamos o isolamento de 14 dias para confirmados ou suspeitos”, justificou o médico.

De acordo com o especialista, as pessoas precisam entender que cada vez que saem de casa, com quadro gripal, podem transmitir o vírus para todos que estarão em seu circuito. “O ideal é que se a pessoa está em casa com quadro gripal, esperamos dar auxílio seja por visita domiciliar ou pelo Telemedicina (0800-9418543), porém é preciso saber identificar sintomas mais importantes do que os gripais comuns que estamos acostumados. Se apresentar cansaço ou mal estar intenso, sonolência ou se é do grupo de risco – tudo isso aliado aos sintomas comuns de febre, dor de garganta, nariz escorrendo, nariz entupido – são sinais de alerta de gravidade, nesses casos procure um pronto socorro”.

Diversos internautas questionaram se já há percepção no achatamento da curva de contaminação. “Aqui em São Paulo imaginamos que nas próximas duas semanas teremos uma ideia mais concreta de como funcionou todo esforço que a população teve nos últimos dias. Cálculos matemáticos e a experiência de outros países têm nos guiado nas ações. Já há estudos mostrando que estamos conseguindo controlar a curva e conseguiremos suspender 70 a 80% o número de mortes. Precisamos ganhar tempo para lutar com o inimigo, em melhores condições, no período das próximas semanas”, explicou o médico.

De acordo com Leal, uma matéria publicada com o maior epidemiologista do mundo mostrou que a perspectiva que teríamos se nada fosse feito, seguindo como se o vírus fosse uma ‘gripezinha’, sem isolamento e todos os cuidados necessários, a expectativa era ter 80% da população mundial infectada. “Seriam 40 milhões de mortes no mundo e 1,2 milhão de mortes no Brasil. Felizmente nossa sociedade entendeu e está participando ativamente”.

Sobre o fim do isolamento social, o infectologista explicou que segundo o comportamento do vírus, durante esses dias, as pessoas poderão voltar gradualmente às atividades. Porém, o distanciamento social menos intenso vai continuar existindo para evitar número grande de casos em espaço curto de tempo, justamente porque as pessoas que não adquiriram imunidade estarão ainda em risco. “Essa é apenas a primeira etapa de isolamento. Não serão quatro ou seis semanas até que a vida volte ao normal. Gradativamente vamos definindo o fim parcial do isolamento de acordo com a evolução do vírus. Neste primeiro momento o esforço deve ser de todos, por isso a recomendação continua: fique em casa !!”.

O vídeo com todas as informações está disponível nas redes sociais da Prefeitura de São Caetano do Sul.