FUABC diz que Sto.André demite 211 na Saúde, cobra rescisão e aciona MP
Instituição afirma que pagamento de indenizações não teria sido feito e que há risco de paralisação dos serviços médicos; Prefeitura nega
- contratação dos novos ACSs está pendente em razão dos trâmites burocráticos referentes à formalização de um novo contrato entre a Prefeitura de Santo André e a Fundação do ABC.
Foto: Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 20/10/2021
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Instituição afirma que pagamento de indenizações não teria sido feito e que há risco de paralisação dos serviços médicos; Prefeitura nega
A Fundação do ABC emitiu uma nota oficial na tarde desta quarta-feira (20/10) na qual diz que a Prefeitura de Santo André demitiu 211 funcionários do fim de setembro até agora e que não teria pago as indenizações dos dispensados.
De acordo com a instituição, até o momento a administração do prefedito Paulo Serra teria repassado R$ 7,8 milhões, mas que ainda faltariam R$ 4,1 milhões para completar o pagamento total de R$ 12 milhões.
A Fundação do ABC informou na nota que também acionou o Ministério Público do Estado de São Paulo para informar o ocorrido. A instituição ainda afirmou que já enviou vários ofícios para a Prefeitura e que nenhum deles foi respondido.
Outra informação é de que uma empresa que presta serviços fornecendo médicos ao município ameaça paralisar o serviço.
Leia a íntegra da nota oficial
“A Fundação do ABC vem por meio desta informar que lamenta profundamente o atraso no pagamento das empresas médicas que atuam na rede de Saúde de Santo André e informa que a situação é fruto exclusivamente da falta de repasses financeiros pela Prefeitura de Santo André.
Desde setembro, a Secretaria de Saúde de Santo André tem promovido série de demissões de funcionários contratados via Fundação do ABC sem destinar as verbas rescisórias correspondentes, o que tem causado grave déficit nos contratos mantidos junto ao Município. Ao todo já são 211 demitidos à revelia da FUABC, que só tomou conhecimento por meio dos próprios colaboradores desligados, que entraram em contato inconformados com a repentina rescisão contratual.
A situação financeira do contrato com Santo André, que já era deficitária, ficou ainda pior após as demissões promovidas pelo Município. Para suprir os custos de rescisões trabalhistas, despesas relacionadas à folha de pagamento, pagamento de terceiros e outros compromissos contratuais, a Prefeitura de Santo André deveria repassar o valor de R$ 12.006.382,31. Contudo, o repasse realizado foi de R$ 7.847.231,91, RESTANDO O DÉFICIT DE R$ 4.159.150,40 EM RECURSOS PARA ADIMPLIR COM AS OBRIGAÇÕES.
Com base neste cenário e diante da insuficiência de recursos, priorizou-se os pagamentos referentes às obrigações trabalhistas, dada sua natureza alimentar e considerando a legislação pertinente, a qual impõe multa vultosa para o caso de inadimplemento, e promoveu-se, com o saldo do valor repassado, pagamento proporcional às empresas contratadas, de acordo com a natureza da verba repassada.
Toda a situação e os valores acima mencionados já foram informados ao Ministério Público do Estado de São Paulo, tendo em vista que o descumprimento contratual pela Prefeitura e a ausência de repasse impactam diretamente os colaboradores, os prestadores de serviços e a população, diante do grave e iminente risco de paralisação dos serviços médicos e de demais prestadores que estão sem pagamento.
Ressalta-se, por fim, que a Fundação do ABC, em 14/10/2021, oficiou o Município de Santo André quanto aos valores repassados a menor, bem como quanto à necessidade urgente de complementação dos valores para adimplemento das obrigações contratuais e legais, sem, contudo, receber nenhum tipo de resposta ou previsão para tais repasses até a presente data. Não há nenhum posicionamento oficial da Prefeitura com a previsão de quitação dos débitos e regularização do contrato”.
Outro lado
A prefeitura foi procurada e informou que tem cumprido suas obrigações contratuais. “A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Saúde, esclarece que vem cumprindo com suas obrigações contratuais e que não há paralisação na rede de saúde do município”, concluiu.