Estado mantém quarentena no ABCD e promete 100 leitos para Diadema
Nova avaliação sobre a flexibilização e retomada econômica será feita no dia 9 e divulgada em 10 de junho
- Estado mantém quarentena no ABCD e promete 100 leitos para Diadema.
Foto: Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 03/06/2020
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Nova avaliação sobre a flexibilização e retomada econômica será feita no dia 9 e divulgada em 10 de junho
O governo do Estado informou nesta quarta-feira (03/06) que os sete municípios do ABCD terão de manter a quarentena mais restritiva (fase 1 – vermelha) pelo menos até 10 de junho quando será divulgado novo balanço sobre a ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para acolher pacientes com coronavírus.
O prefeito de Rio Grande da Serra Gabriel Maranhão, presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, entidade que envolve as sete prefeituras da Região, lamentou o fato nas redes sociais, mas afirmou que Diadema poderá 100 leitos, o que pode mudar o quadro na região.
“Infelizmente essa semana ainda o ABC não muda de fase, para a fase 2, fazendo com que o comércio da região seja aberto. Mas tenho uma boa notícia para compartilhar com todos vocês: acabo de receber uma ligação do secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marcos Vinholi, que já confirmou sua presença, junto com toda equipe da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo sábado, às 10h, em Diadema, para visitar o prédio do Quarteirão da Saúde, que está sendo disponibilizado pela Prefeitura. Com isso, nós vamos ampliar em 100 novos leitos a nossa região, podendo fazer com que de fato o ABC mude de fase, fazendo de fato os serviços voltarem a ser prestados. Assim a gente poderá ver, sem dúvida nenhuma, nossa economia começar a ser aquecida”, disse Maranhão.
Balanço
O Governador João Doria anunciou nesta quarta-feira o primeiro balanço de avaliações de taxas de capacidade hospitalar e avanço do contágio por coronavírus do Plano São Paulo para retomada consciente da economia. Os critérios de saúde dos últimos sete dias mostram tendências de melhora ou piora para 17 áreas de saúde em todo o Estado.
“É muito importante desfazer opiniões equivocadas sobre o Plano São Paulo. São Paulo não liberou geral, a retomada da economia será feita de forma gradual, sensível, segura e amparada na ciência. Nenhuma medida aqui será precipitada”, afirmou o Governador. “A quarentena nos ajudou, ajuda e continuará a ajudar a fortalecer o sistema de saúde. Em apenas dois meses, abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos totais e dobramos as vagas em UTIs”, acrescentou Doria.
Os indicadores de cada DRS (Departamento Regional de Saúde) determinam cinco possíveis fases de reabertura de atividades econômicas não essenciais. Os critérios são: média da taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo para COVID-19; número de leitos UTI COVID-19 por 100 mil habitantes; e taxas de acréscimo ou decréscimo de casos confirmados, internações e mortes pela doença na comparação com a semana anterior.
Os dados compilados entre os dias 26 de maio e 2 de junho apontam melhora em três dos cinco critérios na média estadual. A taxa de ocupação de leitos de UTI caiu de 73,5% para 72,4%, o número de vagas por 100 mil habitantes foi de 11,8 para 13,3 e as internações decresceram três pontos percentuais. Com a ampliação da testagem, houve aumento nos índices de casos (61%) e de mortes (23%) por COVID-19.
“Os dados não mostram piora, muito pelo contrário. O que nós temos é uma elevação no número de casos novos que está vinculado ao aumento da testagem. Isso era um resultado esperado”, afirmou o médico João Gabbardo, Coordenador Executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo. “Os indicadores apontam para que, com segurança, possa se dar andamento a um processo de novo controle sobre as atividades.”
Houve melhora significativa na capacidade hospitalar das seis sub-regiões da Grande São Paulo. A taxa de ocupação de leitos de UTI caiu de 93% para 85,5% na média de vagas oferecidas em 106 hospitais. Houve avanço na implementação de novos leitos, com incremento de 161 vagas na região metropolitana da capital. Em todo o Estado, há 4.693 leitos exclusivos para pacientes infectados pelo coronavírus.
A tendência semanal também foi de melhora nas regiões da Baixada Santista, Taubaté e Registro, enquanto o viés de piora foi verificado nas áreas de Bauru e Barretos. Por enquanto, não há alteração nas classificações de quarentena anunciadas na semana passada. Continuam com restrição máxima os municípios da Grande São Paulo – exceto a capital -, Baixada e Registro, enquanto dez regiões estão na fase 2 (laranja) com flexibilização em nível mais restrito e outras quatro estão na fase 3 (amarela). Entenda as regras do Plano SP em http://www.saopaulo.sp.gov.br/noticias-coronavirus/decreto-do-estado-explica-regras-do-plano-sp/.
Na próxima quarta-feira (10), o Governo de São Paulo vai divulgar um novo balanço do plano, com a possibilidade de reclassificação das regiões para fases mais ou menos restritas de reabertura econômica a partir do dia 15. “Essa realidade será mantida, no mínimo, até o próximo dia 15 de junho na atual quarentena”, reforçou o Governador.
Nota dos prefeitos do ABCD
Os prefeitos emitiram uma nota sobre o assunto criticaram avaliação do Estado. Leia:
“O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, representado pelas sete cidades da região, informa que as prefeituras de Santo André, São Bernado do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra cumprem todos os critérios então determinados pelo Governo do Estado para alocação em nova fase do Plano São Paulo.
O esforço que vem sendo feito por todas as prefeituras do Grande ABC demonstra que os números dos municípios habilitam a mudança de zona da região dentro do plano de retomada.
Os municípios possuem condições para a retomada gradual e consciente. Assim, aguardamos com brevidade o novo decreto do Governo do Estado incluindo o Grande ABC na faixa pretendida.
A população deve continuar colaborando com o poder público, saindo de casa somente se for estritamente necessário, para mitigar os danos da contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19)”.