Doria recua e comércio no ABCD poderá ser liberado de forma gradual
Prefeitos fizeram pressão para conseguir retomada econômica semelhante ao que acontecerá com a Capital Paulista
- Doria recua e libera ABCD para a abertura gradual do comércio na segunda-feira .
Foto: Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 29/05/2020
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Prefeitos fizeram pressão para conseguir retomada econômica semelhante ao que acontecerá com a Capital Paulista
O governador do Estado João Doria (PSDB) recuou e anunciou nesta sexta-feira (29/05) que o ABCD poderá fexibilizar a abertura do comércio de forma gradual a partir da semana que vem. No dia anterior, os prefeitos da Região foram até o Palácio dos Bandeirantes pressionar para a inclusão das sete cidades no plano de retomada da economia a exemplo do que acontecerá em São Paulo.
Com a decisão, o ABCD poderá entrar na fase laranja, que permite reabertura gradual de comércios de rua, concessionárias, escritórios, imobiliárias e shoppings.
Doria anuncia subdivisões
Doria informou que a Região Metropolitana da capital será dividida em cinco regiões no âmbito do Plano São Paulo, que prevê a retomada consciente e controlada das atividades econômicas no estado a partir de 1º de junho.
A subdivisão permite a classificação individualizada das regiões, de acordo com características demográficas e critérios técnicos de saúde, como a capacidade hospitalar para atendimento COVID-19 e a taxa de avanço de casos e mortes provocadas pelo coronavírus.
“A Grande São Paulo será dividida em cinco regiões de saúde no Plano São Paulo. Por abrigar mais de 22 milhões de habitantes, contar com uma organização de saúde com distribuição de leitos e internação hospitalar própria. Devido ao tamanho e complexidade, além da capacidade e disposição dos prefeitos, cada uma destas cinco regiões será avaliada individualmente”, informou Governador João Doria.
A decisão foi tomada em comum acordo com os prefeitos dos 38 municípios. As análises regionalizadas serão realizadas semanalmente e indicarão reclassificação da atual fase vermelha, de nível máximo de restrição, para as que permitem abertura controlada de atividades não essenciais.
“Com essa divisão, será possível ter uma análise ainda mais precisa de critérios técnicos de saúde para classificação apropriada de fases de retomada consciente na Região Metropolitana”, acrescentou Doria.
Diálogo
O Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, informou que participa de reuniões para dialogar com os prefeitos, mas ainda não há previsão de migração dos municípios da Grande São Paulo para novas fases do plano.
“Dialogamos com cada um dos prefeitos, explicando a necessidade do aumento da capacidade hospitalar dessas regiões. É esse o índice que a Região Metropolitana deve melhorar para avançar para a próxima fase. Fica muito claro que o trabalho em conjunto de aumento de leitos é fundamental para que a gente possa, com segurança, fazer essa retomada consciente”, destacou Vinholi.
Como fica
As cidades da Região Metropolitana ficam divididas nas seguintes regiões:
Norte -Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã;
Sudeste/ABC -Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul;
Leste/Alto Tietê -Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano;
Sudoeste -Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista;
Oeste – Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba.
A divisão foi feita com base na lei complementar nº 1.139, de junho de 2011, que prevê as redes regionais de Assistência à Saúde na Região Metropolitana, com a especificação das sub-regiões.
Reunião no Palácio Doa Bandeirantes
Os prefeitos se reuniram nesta quinta-feira (28/05) no Palácio dos Bandeirantes com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi (PSDB). O encontro contou com a participação dos sete prefeitos, sendo de forma presencial Lauro Michels (PV), de Diadema, Atila Jacomussi (PSB), de Mauá, e Gabriel Maranhão (Cidadania), de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, e por vídeoconferência Paulo Serra (PSDB), de Santo André, Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, José Auricchio Júnior (PSDB), de São Caetano, e Adler Kiko Teixeira (PSDB), de Ribeirão Pires. Todos criticaram o fato de o governo manter a quarentena no ABCD e liberar na Capital. A pressão funcionou e Doria recuou e fará nova avaliação sobre a abertura do comércio.
Governo de SP orienta empresas para agilizar testagem em massa
O Governador João Doria também anunciou nesta sexta-feira protocolos para o setor privado aderir ao incremento de testes do coronavírus. A medida orienta gestores de empresas sobre prevenção e monitoramento das condições de saúde de funcionários, colaboradores e fornecedores e da segurança de clientes.
“Nesta fase de reabertura gradual da economia, o poder público pede e tem convicção de que terá o apoio da livre iniciativa na realização de testes em massa para ampliar a eficiência no enfrentamento da epidemia”, disse Doria. “O diagnóstico preciso é fundamental, como sempre destacam os cientistas e membros do comitê de saúde, para controlar e superar o coronavírus”, completou.
Os protocolos foram articulados com a Vigilância em Saúde do Estado e orientam como as empresas vão aderir de forma voluntária à realização e periodicidade de testes. São diretrizes e ações recomendadas para prevenção, triagem, testagem e contenção de casos. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico apoiará as empresas nos contatos com a Secretaria de Saúde.
Para prevenção, as empresas devem reforçar medidas de prevenção da doença divulgadas no Plano São Paulo, tais como distanciamento social, uso de máscaras, higiene das mãos, limpeza do ambiente de trabalho e afastamento de sintomáticos.
Para triagem, a recomendação é que as empresas apliquem um questionário de monitoramento dos sintomas para identificar e isolem casos suspeitos. Na sequência, vem a fase de testagem, com orientações sobre tipo e função de testes, fluxo de operacionalização, encaminhamentos e notificação dos casos.
Por fim, o protocolo definiu a fase de contenção, com orientações sobre como comunicar resultados dos testes para funcionários e adoção de medidas de contenção em caso de testes positivos na empresa.
Os testes nas empresas complementam a estratégia do Governo de São Paulo para monitorar a pandemia e se somam a 3,3 milhões de testes que foram adquiridos pelo Estado.