Diadema e Mauá registram aumento nos casos positivos de dengue
Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue 1 em níveis acima do esperado histórico; unidades de saúde têm ficado lotadas
- Unidades de Saúde de Diadema têm ficado lotadas nos últimos dias.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Por: Juliana Finardi
- Publicado em: 02/03/2024
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Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue 1 em níveis acima do esperado histórico; unidades de saúde têm ficado lotadas
Na véspera do Dia D contra a dengue idealizado pelo Ministério da Saúde, alguns municípios de todo o país anteciparam para esta sexta-feira (01/03) ações de prevenção e eliminação de focos do mosquito com o tema ‘10 minutos contra a dengue’. E não é por acaso. Na Região, com relatos de moradores relacionados a hospitais lotados e aumento no número de casos da doença, Diadema e Mauá decidiram adiantar a campanha.
Apesar de não responder aos questionamentos do ABCD Jornal, a Prefeitura de Mauá informou através das redes sociais oficiais que a cidade tem 233 casos positivos, sendo que 122 foram contraídos em Mauá e 689 aguardam resultado. De 1.296 notificações, 374 deram negativo para a dengue. A população mais atingida tem entre 30 e 49 anos.
Preocupada com um golpe que tem sido aplicado na cidade, a Prefeitura informa ser de extrema importância que os moradores recebam os agentes de saúde durante as vistorias. “Infelizmente, tivemos relatos sobre pessoas se fazendo passar por agentes de saúde para fins desconhecidos. Com essas dicas, fica mais fácil identificar os falsos agentes”, diz outra postagem da Prefeitura no Instagram através da qual informam o que fazem os agentes oficiais, como se vestem e o crachá que utilizam. A postagem faz questão de ressaltar que os profissionais não prometem cesta básica nem botijão de gás, não tiram foto do morador nem pedem dados pessoais.
Em Diadema, mais de 500 profissionais da Saúde participaram da ação desta sexta-feira. “Vamos entrar nos imóveis e orientar a todos para verificar aqueles potinhos que ficam escondidos. Às vezes, as pessoas têm informação, mas acaba passando alguma coisa. O nosso olhar técnico é capaz de ver isso e auxiliar nessas medidas”.
O mutirão ainda envolveu equipes das secretarias de Meio Ambiente, Segurança Cidadã, por meio da Defesa Civil, e GCM (Guarda Civil Municipal). A ação atende também à convocação do governo de São Paulo para 645 municípios realizarem o dia D. Por questões de logística, Diadema decidiu antecipar a data.
Por meio de nota ao ABCD Jornal, Diadema informou que registrou 58 casos confirmados da doença em 2024. “A rede municipal está preparada para a suspeita, diagnóstico, acompanhamento dos casos, bem como ações de prevenção e combate à doença. Há uma pessoa internada por dengue no hospital municipal”, diz o comunicado.
Inesperado
O aumento no número de casos neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Os motivos para esta situação diferente do esperado têm raízes múltiplas, mas as alterações climáticas, em especial na época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, são alguns dos principais fatores.
A imunidade para dengue é sorotipo-específica, então a circulação de diferentes sorotipos aumenta o risco de disseminação da doença porque alcança parte da população sem defesas (imunidade).
Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue 1 em níveis acima do esperado histórico. Dessas, 15 estão com tendência crescente e espera-se que essa tendência persista pelo menos até o final de março, em boa parte do país. Além disso, é importante ressaltar que outros vírus podem estar circulando, como o oropouche, na região Norte. Daí a importância dos esforços feitos para fortalecer a vigilância sentinela e virológica. Desde o início de 2024 até agora foram notificados cerca de 973 mil casos suspeitos de dengue no país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com 195 óbitos confirmados e 672 em investigação.