Congresso de Telemedicina de S.Caetano é marco em inovação e ciência
Cidade virou referência no setor e atraiu profissionais de várias cidades para o evento realizado neste fim de semana
- Congresso de Telemedicina de São Caetano é marco em inovação e ciência.
Foto: Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 15/05/2023
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Cidade virou referência no setor e atraiu profissionais de várias cidades para o evento realizado neste fim de semana
A primeira edição do Congresso de Telemedicina, Inovação e Tecnologia em Saúde de São Caetano do Sul reuniu centenas de participantes de forma presencial e mais de 2,6 mil que assistiram à transmissão pelo Facebook e Youtube da Prefeitura. O evento foi realizado na sexta e no sábado (12 e 13/5), no Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) Dra. Zilda Arns, no Bairro Barcelona.
O prefeito José Auricchio Júnior e a secretária de Saúde, Regina Maura Zetone, reuniram autoridades das esferas federal, estadual e municipais que são referências quando o assunto é saúde digital. Ana Estela Haddad, Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde; a deputada federal e autora da lei da Telemedicina, Adriana Ventura; o secretário-executivo de Saúde do Estado, Sérgio Okane; Chao Lung Wen, da Associação Brasileira de Telemedicina; Ester Sabino, professora do Departamento de DIP da FMUSP e da USCS; Sérgio Rosa, do Datasus; Luana Araújo, do Centro de Estudos de Políticas Públicas de Saúde; Geraldo Reple, do Cosems, entre tantos outros nomes.
“Abrimos as portas para a trocar experiências com os demais entes federativos e debatermos questões legais e éticas que já temos enfrentado e que serão intensificadas. As dificuldades impostas pela pandemia fizeram com que nos ajustassemos à situação, aperfeiçoando e ampliando programas”, destacou Auricchio. “A telemedicina representa um enorme e necessário avanço tecnológico, mas não podemos perder a essência, que é enxergar o paciente com carinho e atenção, com amor”, concluiu.
“Temos o exemplo da aplicação da telemedicina pelo SUS, que pode ser replicado aos municípios com dificuldades em ter especialistas. É um modelo muito interessante. E a promoção desse debate foi fundamental para entendermos a importância dos resultados que registramos no pós-pandemia. Com a telemedicina, realizamos 26 mil consultas em 8 meses. Dobramos a capacidade de atendimento. O próximo passo é implantá-la na rede primária, com o médico da família”, afirmou Regina Maura.
A abertura do congresso abordou A Saúde Digital como Política Pública. Um painel formado por mulheres (Regina Maura, Ana Estela Haddad e Adriana Ventura) debateu o esforço na implantação de políticas públicas para promover avanços no setor. “O nosso desafio como gestores públicos é integrar as iniciativas do País, que por conta da pandemia se intensificaram pela necessidade, mesmo não suficientemente planejadas. Agora é fazer um inventário e integrar as experiências dos municípios, estados e da União para uma maior efetividade de aplicação destas ações. É muito interessante ver o ponto em que São Caetano se encontra. Está bastante avançado em relação à transformação digital”, afirmou Ana Estela Haddad.
Adriana Ventura também destacou o trabalho digital que São Caetano desenvolve na Saúde. “Estou encantada com a transformação digital que acontece em São Caetano, o que prova que a mudança é possível quando se tem boa vontade. Esse evento representa isso, com pessoas que trabalham pelo bem comum.”
No sábado, mais cinco painéis trouxeram debates sobre a capacitação dos profissionais que atuam com ferramentas tecnológicas; a visão dos gestores sobre as vantagens e gargalos da saúde digital; novas tecnologias e oportunidades de melhorias nos serviços públicos; digitalização de serviços e saúde digital como potencial de melhoria do sistema de saúde; e a finalização do evento com a apresentação de cases e experiências sobre a importância da adoção de tecnologias e integração de dados no setor para a qualidade do atendimento e humanização, com a apresentação da telemedicina em São Caetano e da plataforma Disque Coronavírus.
“Trouxemos um case da implantação do projeto de telessaúde, no Hospital do Mandaqui, com demanda média de 1,2 mil internações por mês. Capacitamos os profissionais em março e o programa começou a funcionar na UTI reduzindo a taxa de mortalidade, otimizando recursos, melhorando os serviços no atendimento e gerando mais leitos, com a redução do tempo médio de pacientes nas UTIs. O Estado de São Paulo está mapeando os municípios e iniciando algumas iniciativas para ampliar o acesso aos serviços de saúde digital”, destacou Roberta Rubia, assessora técnica de gabinete da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo – Saúde Digital.
“Parabéns pela organização e iniciativa, que está construindo a saúde do futuro. O primeiro dia de debates já trouxe três ícones femininos: Ana Estela, que mostrou como a telessaúde nasceu no SUS e muito antes da pandemia; a deputada federal Adriana Ventura, que ousou desenvolver a normatização legal da telessaúde, e a dra Regina Maura, que desenvolveu uma liderança em São Caetano do Sul com esse tema”, afirmou Chao Wen, da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde.
Chao falou sobre centrais de monitoramento em todo o sistema de saúde, estações de telessaúde com câmeras panorâmicas e logística em formato de trailer para deslocamento rápido com sistemas de comunicação móvel.
Luana Araújo, do Centro de Estudos de Políticas Públicas de Saúde, médica que ganhou destaque durante a pandemia após depor na CPI da Covid contra o uso de medicamentos para o tratamento precoce da covid-19, falou sobre o uso de tecnologias e identificação de oportunidades.
O último painel trouxe cases sobre a implantação da telemedicina em São Caetano, da plataforma Disque Coronavírus e a Mevo, que trouxe a experiência na implantação das prescrições digitais. “Além do sequenciamento genético, uma das experiências mais incríveis que tive durante a pandemia foi a criação da plataforma do Disque Coronavírus. Desenvolvemos uma ferramenta em três semanas incluindo o treinamento da equipe que operava o sistema. Na primeira quinzena de abril estava funcionando um sistema de triagem, monitoramento e coleta de exames na casa do paciente”, explicou Ester Sabino.
São Caetano entra para história reunindo em dois dias grandes nomes que mostraram os avanços tecnológicos como forma de salvar vidas e melhorar a qualidade de atendimento no SUS. A telessaúde passa a ocupar lugar de destaque, mostrando a inexistência de barreiras geográficas entre pacientes e médicos, agilizando os diagnósticos e ampliando o acesso aos serviços de saúde especializados. As possibilidades quase ilimitadas da telemedicina mostraram como ela poderá remodelar o setor de saúde nos próximos anos e décadas.