Claudinho da Geladeira prega diálogo e secretário fala em golpe contra prefeito
Chefe do Executivo de Rio Grande da Serra disse que pretende conversar com vereadores para retomar governabilidade
- Secretário de Governo, Admir Ferro, diz que decisão de comissão sobre Claudinho da Geladeira já era esperada.
Foto: Gislayne Jacinto
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 17/09/2021
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Chefe do Executivo de Rio Grande da Serra disse que pretende conversar com vereadores para retomar governabilidade
Após ser afastado na quarta-feira (15/05) do cargo de prefeito e conquistar o retorno ao comando do Paço de Rio Grande da Serra 24 horas depois, Claudinho da Geladeira (PSDB) falou pela primeira vez com a imprensa no início da tarde desta sexta-feira (17/09). “Eu acredito na Justiça. Quero governar a cidade. Pegamos uma Prefeitura sem recursos. Fui pego de surpresa, pois isso nunca aconteceu na história de Rio Grande da Serra. Houve um grupo querendo o poder a todo custo. Mas vamos conversar com os vereadores para retomar a paz em nossa cidade”, disse Claudinho.
No seu gabinete, visivelmente abatido, o tucano pregou a retomada do diálogo com os vereadores para garantir a governabilidade. Falou em voltar a paz na cidade para que sua gestão possa colocar em prática melhorias para a população.
Claudinho não quis criticar os parlamentares, mas seu secretário afirmou que uma minoria tem influenciado vereadores para retirá-lo da função. “O prefeito foi vítima de um grupo político”, afirmou o secretário ao acrescentar que boa parte dos parlamentares foi influenciada por esse grupo, mas que, com diálogo, será possível reverter a questão e reverter os dois processos de impeachment que tramitam na Câmara.
Para Admir Ferro, o prefeito confiou demais em pessoas que acabaram virando adversários. Apesar de não citar nomes, o recado pareceu ser para a vice-prefeita Penha Fumagalli, que assumiu o comando da Prefeitura por um dia e já demitiu os secretários e aliados de Claudinho.
Admir Ferro afirmou que quando assumiu a Secretaria de Educação (até então era comandada pela vice Penha) detectou irregularidades como falta de renovação de contrato com a merenda e a não aplicação de 25% na área, conforme obriga a Constituição Federal. “Além disso, não as aulas não tinham começado e sequer havia comprado insumos para garantir os protocolos contra a Covid”, afirmou.
“Quando o prefeito percebeu que as coisas não andavam, promoveu substituições”, completou Admir Ferro ao salientar que os responsáveis por eventuais irregularidades podem responder por isso.
Ao ser indagado se a vice-prefeita é uma das líderes do grupo que visa assumir o comando da Prefeitura, o secretário de Governo respondeu que não saberia responder. “Não posso dizer que a vice é a líder de um projeto de afastamento do prefeito, se bem que ela é diretamente agraciada com a cassação dele, mas eu não posso dizer que seja ela, eu não posso dizer quem é o líder disso. Agora, que existe um grupo querendo a cassação dele, existe. Agora, não quero dizer que os nove (vereadores) que votaram na CEI (Comissão Especial de Investigação) fazem parte desse grupo. Pode ser que existam dois ou três que participam desse grupo de pré-cassação, mas a maioria não é, pelo que eu sinto a maioria não é”, disse Admir Ferro ao afirmar que ainda não iniciou o diálogo com os vereadores que votaram pelo afastamento do prefeito.
Os parlamentares que votaram pela abertura de impeachment são o presidente do Legislativo, Charles Fumagalli (PTB), Claudinho Monteiro (PTC), Marcos Costa Tico (DEM), Agnaldo de Almeida (PL); Benedito Araújo (PSB); Bibinho (Cidadania); Israel Mendonça (PDT); Marcelo Cabeleireiro (PSD) e Raimundo Pulú (PSD).
Acusações
As denúncias que o prefeito responde se referem a não resposta a requerimentos de vereadores e fura fila da vacina contra Covid. No entanto, Admir Ferro avalia que não houve participação direta do prefeito. “Não tinha nada que eles colocaram que nos afeta. Você vê que a sessão foi uma sessão que passou por cima de muita coisa, tanto que o mandado de segurança conseguiu garantir o nosso retorno”, finalizou o secretário de Governo.