Auricchio diz que região metropolitana já deveria estar sob lockdown
Prefeito de São Caetano afirmou que indicadores no avanço da doença apontam para essa medida; Doria diz que lockdown não está descartado
- Prefeito de São Caetano afirmou que indicadores no avanço da doença apontam para essa medida; Doria diz que lockdown não está descartado.
Foto: Divulgação/PSCS
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 14/05/2020
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Prefeito de São Caetano afirmou que indicadores no avanço da doença apontam para essa medida; Doria diz que lockdown não está descartado
O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), disse nesta quarta-feira (13/05) que os indicadores apontam para um avanço do coronavírus e, por isso, em sua opinião, já deveria ter o lockdown na Grande São Paulo para coibir a disseminação da doença.
“Os indicadores não remetem fazer só na Capital, seria ineficaz, teria de ser nos 39 municípios da região metropolitana. Estamos há 60 dias de quarentena e não se tem a adesão necessária do ponto de vista do isolamento social. Estamos tomando um remédio amargo a conta gotas. Pelos indicadores coletivos, nós da região metropolitana, já deveríamos estar sob o lockdown disse Auricchio, que é médico. O isolamento tem girado em torno de 49% quando o ideal é 55%.
Para o chefe do Executivo e sua equipe de saúde, não deveria estipular data para terminar a quarentena. “Quando se fala em data, as pessoas relaxam”, completou a secretária de Saúde, Regina Maura Zetone.
O governador João Doria também reafirmou na tarde desta quarta-feira que não descarta a adoção de lockdown para controlar a epidemia em São Paulo. Ele também anunciou que não cumprirá o decreto do presidente Jair Bolsonaro que ampliou as atividades essenciais durante a pandemia do novo coronavírus.
“Não há lockdown previsto neste momento, mas ele não está excluído. Se houver necessidade de endurecimento de medidas, não hesitaremos em adotar. Mas só faremos isso mediante recomendação da saúde”, concluiu Doria.
Números
O número de mortes pelo novo coronavírus chegou a 4.118 nesta quarta-feira, dobrando em apenas duas semanas – eram 2.049 no dia 28 de abril.
A cada dez vítimas fatais da COVID-19, pelo menos sete tinham 60 anos ou mais. Por outro lado, este grupo representa apenas 21% do total de casos confirmados, que predominam entre os não idosos. Das 51.097 pessoas infectadas em SP, 78% eram crianças, jovens ou adultos com até 59 anos.
Até o momento, 434 municípios tiveram pelo menos um caso confirmado e houve no mínimo uma morte em 192 cidades, entre as 645 que integram o Estado.
As internações também têm crescido. Hoje, são 9,6 mil pacientes internados em SP, sendo 3.702 em UTI e 5.950 em enfermaria. Quinze dias atrás, eram cerca de 8 mil.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a COVID-19 é de 68,3% no Estado de São Paulo e 87,2% na Grande São Paulo.
Perfil da mortalidade
Entre as vítimas fatais, estão 2.422 homens e 1.696 mulheres.
Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,1% das mortes. Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (997 do total), seguida por 60-69 anos (936) e 80-89 (805). Também faleceram 274 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (575 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (304), 30 a 39 (175), 20 a 29 (36) e 10 a 19 (12), e quatro com menos de dez anos.
Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (59,4% dos óbitos), diabetes mellitus (44%), doença neurológica (11,5%), doença renal (11,1%) e pneumopatia (9,9%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática.
Esses fatores de risco foram identificados em risco: 3.308 pessoas que faleceram por COVID-19 (80,3%) do total.
A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/.