‘Animal não é bagagem e não deve ser transportado como tal’
Em artigo, vereador Ubiratan Figueiredo expressa opinião sobre morte de dois cachorros durante voos da companhia aérea Latam
- Dois cachorros morreram durante voos da companhia aérea Latam.
Foto: Reprodução
- Por: Redação
- Publicado em: 27/10/2021
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Em artigo, vereador Ubiratan Figueiredo expressa opinião sobre morte de dois cachorros durante voos da companhia aérea Latam
“O mundo mudou. Hoje em dia, os pets tomam conta dos lares pelo mundo afora e no Brasil não é diferente. Estima-se que existam mais de 28 milhões de lares com um ou mais animais de estimação. E não é exagero nenhum dizer que os bichos deixaram de ser de “estimação” para se tornarem membros da família.
Porém, nas últimas semanas, dois casos causaram comoção coletiva e indignação, e ganharam grande repercussão nas redes sociais. A morte de dois cães, o golden Zyon (14 de setembro) e o american bully Weiser (14 de outubro), ao serem transportados em voos da companhia aérea Latam, mostram a urgência de uma mudança nas regras das companhias brasileiras em tratar vidas animais como bagagens em seus porões de cargas.
A empresa suspendeu por 30 dias o transporte de animais como carga em suas aeronaves. Apesar de já ser algo, ainda é pouco perto do absurdo de perder vidas. Afinal, esses cães eram considerados como parte integrante do círculo familiar, como filhos.
Nem todos os cães estão aptos para viajar a bordo. Mas, se o cachorro obedece a comandos, fica preso na guia e é sociável com pessoas e animais, não vejo motivos para não o transportar na cabine, junto ao seu tutor. Por isso, é necessário elaborar regulamentações. As companhias podem estabelecer um número limite de cães por voo, com assentos específicos.
As companhias aceitam cães com até 8 quilos a bordo. Porém, há 40 raças de cães de médio e grande porte que não podem ficar à mercê desse descaso, com risco de vida. Nós deveríamos ter uma legislação mais robusta, específica, principalmente com esses casos vindo à tona. Estamos falando da morte de um ente familiar, que gera dor imensa. O cão não pode ser mais tratado como um bem, ou coisa, como dizia o Código Civil, as novas leis já tratam como um membro da família. E a Anac, como agência reguladora, deveria cuidar desse interesse público”.
Ubiratan Figueiredo – Vereador na Câmara Municipal de São Caetano, Jornalista, Gestor Público e Pós-Graduado em Gestão Pública, ativista e Fundador da ONG SOS Cidadania Animal