Vídeo: Aluna deficiente visual de Santo André se destaca na natação
Aos 10 anos, com deficiência visual bilateral e Transtorno do Espectro Autista, Rafaela descobriu seu talento nas aulas do Nanasa
- Aluna deficiente visual de Santo André se destaca na natação .
Foto: Divulgação
- Por: Redação
- Publicado em: 19/07/2023
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Aos 10 anos, com deficiência visual bilateral e Transtorno do Espectro Autista, Rafaela descobriu seu talento nas aulas do Nanasa
Uma aluna com deficiência que estuda na rede municipal de Santo André descobriu talento para a natação e começou a trilhar o caminho para se tornar uma atleta. Com deficiência visual bilateral e Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Rafaela Cruz Garcia, de 10 anos, está treinando no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
A estudante é aluna da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Carlos Drummond de Andrade e começou a desenvolver suas habilidades durante aulas no Nanasa (Núcleo de Natação Adaptado de Santo André), equipamento da Secretaria de Educação.
O Nanasa realiza uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro com o objetivo de, a partir do olhar atento de sua equipe, indicar alunos com deficiência para que vivenciem outras oportunidades relacionadas ao Esporte. A partir da iniciativa, os alunos que atendem aos critérios de avaliação do CPB poderão se tornar atletas paralímpicos.
“Assim que entrei no Nanasa aprendi bastante. Depois de um tempo o pessoal sempre elogiava meu desempenho e agora estou no Comitê Paralímpico Brasileiro. Para o meu desenvolvimento, sinto que o treino é pesado e tento me espelhar em quem já está lá fazendo um bom trabalho”, conta Rafaela Cruz Garcia, animada.
A mãe de Rafaela, Marcele Cruz Garcia, sempre a acompanha em suas atividades. “Esta é uma oportunidade que a gente tem que abraçar. Onde ela vai chegar, só ela e Deus sabem. Mas o mais importante de tudo, é que ela teve um avanço muito grande, trabalhando sua socialização e independência também”, comemora.
Durante sua participação nas aulas do Nanasa, Rafaela contou com planejamento individualizado, incluindo ações como adaptação ao meio líquido, reconhecimento do espaço e dos professores. Também foi trabalhada a questão do deslocamento (andar pela piscina) com auxílio do professor com a perspectiva de oferecer a construção espacial devido à deficiência visual. Assim, Rafaela pôde construir mentalmente os limites espaciais que ela iria utilizar para realizar a atividades.
Todos os processos foram apresentados verbalmente para a aluna, e também por meio do estimulo motor realizado pelo professor (tato). A estudante apresentou durante as atividades boa consciência corporal, o que favoreceu a sua aprendizagem.
Para a equipe do Nanasa, a torcida se faz presente. “A Rafa chegou aqui de uma forma e rapidamente conquistou uma grande evolução. Nos mostrou que tinha condições de desenvolver as técnicas da natação e agora está no Comitê. A ideia é continuar identificando esses talentos e indicar alunos com esse perfil para as diferentes instituições que mantemos parceria”, pontua o assistente pedagógico do Nanasa, Jorge Marcos Ramos.
Quando o assunto é futuro, Rafaela tem na ponta da língua sua rotina e uma certeza. “Quero continuar nadando e explorando o que eu sou capaz de fazer”, diz a aluna, que sempre recebe incentivo dos amigos e familiares. “Eles sempre me parabenizam e me dizem para seguir em frente. São forças positivas que ajudam meu futuro ser melhor”.
Natação adaptada
O Nanasa é um equipamento da Secretaria da Educação que oferece aulas de natação adaptada para pessoas com deficiência, reconhecendo e valorizando suas reais possibilidades, motivando-as a participar de atividades dentro da sua comunidade ou em outros locais possíveis, vislumbrando a sua real inclusão social.
A idade mínima para ingressar no Nanasa é quatro anos, tendo em vista o desenvolvimento neuropsicomotor do aluno, permitindo maior liberdade em relação à presença dos pais ou responsáveis. Com isso o aluno consegue acompanhar as atividades somente com o auxílio do professor ou estagiário, sem que os pais ou responsáveis estejam dentro da piscina.
A permanência no Nanasa é de até dois anos, sendo que no final deste período o aluno é formado e recebe um certificado com informações referentes às ações que está apto a desenvolver no interior da piscina.
A unidade, localizada no bairro Jardim, tem capacidade de atender 205 alunos divididos em três períodos (manhã, tarde e noite). Para mais informações, os interessados devem entrar em contato pelo número 4436-1261.