ABCD debate futuro da indústria químico em seminário na Braskem
Evento realizado em auditório da empresa contou com a participação de prefeito, deputados e de vários agentes envolvidos no tema
- ABCD debate futuro da indústria químico em seminário na Braskem.
Foto: Divulgação
- Por: Gislayne Jacinto
- Publicado em: 02/10/2023
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Evento realizado em auditório da empresa contou com a participação de prefeito, deputados e de vários agentes envolvidos no tema
Com o objetivo de fortalecer e fomentar o setor na região, foi realizado na manhã desta segunda-feira (2/10) o seminário “O Futuro da Indústria Química no ABC”. O evento ocorreu no auditório da Braskem, em Santo André, com a participação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e de outros diversos agentes do segmento, tanto do poder público quanto da iniciativa privada.
O encontro foi organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC e teve apoio da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), Sindicato dos Químicos do ABC, Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica de São Paulo, Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química e Comitê Gestor de Governança do Polo Petroquímico do Grande ABC.
O presidente do Consórcio ABC e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, participou da mesa de abertura e reforçou a necessidade de ações que fortaleçam o setor, incluindo medidas que evitem o adensamento populacional no entorno do Polo Petroquímico.
“É preciso pensar nisso. Se não tivermos em nossos planos diretores a restrição de construções verticais próximas ao Polo, corremos o risco desta planta ir embora da região. Daí, não adianta um debate como este se não tivermos mais o Polo aqui no futuro. A volta do Conselho Metropolitano, onde temos 39 municípios discutindo políticas públicas de forma integrada, é importante para fazermos essa discussão”, disse o presidente do Consórcio ABC.
Entre os desafios apontados pelas empresas, está a necessidade de Leis de Zoneamento, da adequação dos planos diretores nas cidades visando a segurança jurídica do Polo Petroquímico do ABC e outras áreas industriais. “Se não tivermos em nossos planos diretores a restrição de construções verticais próximas ao Polo, corremos o risco desta planta ir embora da região. Daí, não adianta um debate como este se não tivermos mais o Polo aqui no futuro”, completou Marcelo Oliveira.
Além do presidente do Consórcio ABC, participaram também do debate o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo da Silva, o diretor de Relações Institucionais da Abiquim, André Passos, o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, José Evandro Silva, os deputados estaduais Luiz Fernando Teixeira, Ana Carolina Serra e Rômulo Fernandes, além de representantes da Braskem e do governo federal.
“Foram apresentados aqui hoje dados que nos geram grande preocupação. Por isso, é preciso dar as mãos para fortalecer cada vez mais o setor químico, que é a indústria das indústrias, tão vital para o ABC e todo o Estado de São Paulo. Por isso, estamos na luta conjunta pelo fortalecimento do setor”, comentou o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que é presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica de São Paulo.
Foram realizadas duas mesas temáticas de discussão: “Cenário da Indústria Química no Brasil e no Estado de SP” e “Desafios e Oportunidades para a Indústria Química do Grande ABC”.
“Este é um evento muito importante. O fortalecimento do Polo Petroquímico e deste setor não é importante só para Mauá e Santo André, cidades que sediam a planta, mas para toda a região e o Estado de São Paulo”, comentou o presidente do Consórcio ABC, Marcelo Oliveira.
Indústria química
A relevância da Indústria Química para o Brasil, estado de São Paulo e ABC foi o ponto de partida para o debate realizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico. A necessidade da cooperação entre os diversos setores da sociedade é necessária para enfrentar o encolhimento do setor, que apresenta déficit na balança comercial (US$ 63 bilhões em 2022) e queda no número de empregos, conforme apresentado pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Para o presidente da Agência, Aroaldo da Silva, a atividade fortalece o objetivo do estabelecimento de um Pacto Regional. “A partir das tendências, refletimos como vamos atuar com o Polo e com as demais indústrias no setor instaladas na região. E o mais importante, ouvimos as empresas para definirmos ações e organizarmos o Pacto pelo Futuro da Indústria na região”, comentou o presidente.
A Frente Parlamentar em apoio à Indústria Química e Farmacêutica de SP esteve atenta às demandas e na articulação por soluções. “A Indústria Química sofre um grande ataque. Essa reunião é muito importante para que possamos dar as mãos e não só salvar o setor, mas fortalecer cada vez mais a Indústria das Indústrias”, comentou o deputado estadual e presidente da Frente, Luiz Fernando.
O aumento nas importações no setor também dificulta a competitividade. “Estamos sofrendo um forte ataque de produtos químicos feitos em outros países. Registramos um aumento de quase 70% no volume de produtos químicos importados, gerando uma queda de preço de 30%”, comentou o presidente da Abiquim, André Passos. A diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley, também detalhou sobre esse encolhimento: “Nós temos encolhido ano após ano. Como é de conhecimento, não existe um país sem uma Indústria Química forte, pois estamos na base de todos os segmentos, sem exceção”, disse.
O governo federal mostrou preocupação com o setor. “Após a restauração do Conselhão, a nossa missão é fomentar a discussão com diversos atores que atuam no desenvolvimento, e entendemos que a presença do governo federal neste seminário é uma extensão desse trabalho”, comentou o assessor da Secretaria-Executiva do Conselho Econômico, Social Sustentável, Tiago Nicácio Pereira.
“É necessário ouvirmos os empresários para entendermos a necessidade e darmos sequência a esse trabalho junto aos governos, movimento sindical para construirmos uma Indústria forte”, detalhou o presidente do Sindicato dos Químicos do Grande ABC, José Evandro Alves da Silva. “É um momento histórico ver tantas autoridades discutindo o Polo, encontro fruto de um Comitê Gestor que discute soluções”, disse o gerente-executivo do COFIP ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do ABC), Francisco Ruiz.
Entre os encaminhamentos da atividade, está a conexão do debate com as políticas industriais que estão sendo articuladas nos governos estadual e federal, assim como com as políticas de Arranjos Produtivos Locais nos municípios. O debate da inovação e um programa consistente fruto de um Pacto entre as universidades também está entre as demandas, assim como a discussão de um Plano Regional de Mobilidade para debater questões logísticas e de infraestrutura. Formação, qualificação profissional, debater a infraestrutura de instalações elétricas, reconhecimento de Polos industriais, revisar prazos de renovação de licenciamentos, sustentabilidade ambiental e fortalecer a governança regional são outros itens que devem ser encaminhados pelos atores.
O seminário contou com o apoio da Abiquim, Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC), CGG (Comitê Gestor de Governança do Polo Petroquímico do Grande ABC), Frente Parlamentar, IDQ (Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química) e Sindicato dos Químicos do ABC. Entre as empresas participantes estiveram: Cabot, Unipar, Poliembalagens, Splas Ind. Quim., Vitopel, Lubraquim, Oxiteno, Oxicap, Petrobrás, Chevrom, Akzonobel, entre outras.